AS NECESSIDADES DA ALMA

03 AGO 2014
03 de Agosto de 2014

 As grande confusão experimentada pela alma em relação à satisfação de suas necessidades origina-se em sua falta de integração interior. A alma busca no exterior, em suas relações com o mundo e com os outros, um referencial de si mesma que apenas pode ser encontrado e desfrutado a partir de sua integração ao com o nível intelectual de seu próprio ser. Quem sou?Qual o meu valor?Qual o sentido da existência? Em que consiste a felicidade? São perguntas que não podemos deixar de responder, mesmo que elas não sejam formuladas conscientemente. Grande parte do nosso conflito com os outros acontece porque buscamos a resposta para estas perguntas em nossas relações uns com os outros. Ou seja, não temos as respostas, mas pensamos que outros a possuem e que, através deles, podemos encontrar a solução para as grandes questões das nossas vidas. Em outras palavras, pensamos que nossa realização existencial, e nossa felicidade pessoal podem ser-nos outorgadas por outros seres humanos. Procuramos ocultar esta seríssima lacuna íntima uns dos outros e ìngenuamente acreditamos serem os únicos a manifestá-la porque os outros parecem tão sólidos, vistos de fora... Enquanto eles estão fazendo a mesma coisa, escondendo cuidadosamente as suas fissuras internas, até de si próprios. Pensamos que se os outros seres humanos nos amarem, admirarem, respeitarem, aplaudirem, remunerarem generosamente, submeterem-se e deixarem explorar etc,, positivamente encontraremos o referencial de nós mesmos, nossa verdadeira imagem,nosso ser real.Sentimo-nos capazes de despertar amor,dignos de admiração e de respeito,fortes o bastante para sermos tímidos, brilhantes, ricos, poderosos, porque a forma como os outros se relacionam conosco comprova tudo isto! E nesta busca de uma realidade ilusória, não baseada numa realidade interior, mas numa falsa imagem de nós mesmos, os outros precisam ser compelidos, seduzidos, chantageados, subordinados, amedrontados, até destruídos, de modo que jamais os vemos como eles realmente são e, do mesmo modo, jamais nos encontramos conosco mesmos. As respostas para as questões existenciais existem apenas dentro de nós mesmos. E ao constatar os vácuos, os vazios do nosso interior restam-nos a sábia opção de preenchê-los com Deus, já ensinava santo Agostinho. Ele falava da busca de novas trajetórias, novos caminhos construídos com a nossa inteligência espiritual. "Espiritualidade é tudo aquilo que muda o nosso interior", prega o Dalai Lama. O próprio Jesus Cristo abordou esse tema no diálogo com Nicodemos no Capítulo 3 do Evangelho de são João. As respostas para as questões existenciais existem apenas dentro de nós mesmos. É através do pensamento abstrato intuitivo, numa interiorização profunda e absolutamente sincera, descobriremos quem somos e os nossos.

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