O AMOR

10 SET 2014
10 de Setembro de 2014

           O maior dos mandamentos “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” expressa a potencia e o valor do amor nas nossas vidas. Nesse tempo de Natal e Ano Novo é muito adequado falar em amor. Se Deus é a fonte da vida, e se Deus é amor, então o amor cria a vida. Se o amor é força de atração na percepção, então quando dizemos amor e amar, estamos falando em relacionamento de troca. Ser amado é uma espécie de estado de graça. O amor existe quando sou Eu no Outro. O amor cura a nós mesmos e àqueles que amamos. Pode ser vivida como força transformadora e libertadora da pessoa humana, ou como força alienante, assistencialista e geradora de dependência. O julgamento é o oposto do amor e é o julgamento que fecha o coração. O Pe. Airton Freire no livro “Quanto Vale a Pena” escreveu:” O amor, que é tanto servo quanto amigo, tanto é sábio quanto humilde, seja, em tudo, a condição para que não venhas a sofrer o sem sentido de viver só por viver”.

        E continua:”O que torna a alma vazia , fazendo-a estarrecer, vem pelas asas da solidão acompanhada, a mais sentida e pouco nomeada, cujos atributos formalizam o contexto do desamor: frieza, mesmo quando no calor; esvaziamento (tristeza), mesmo quando em meio a risadas; e indiferença, malgrado apelos por compaixão reiterados”. Paulo Mendes Campos descreveu o fim de um amor na obra O Amor Acaba. Conhecemos o amor que não se acaba, apesar de tudo conspirar contra e leva-se muito tempo para se aprender a amar..A religião religa o homem a Deus, implicando em uma consciência de participação e vivência de amor. Espírito é outra palavra para amor. “Espiritualidade é tudo aquilo que modifica o nosso interior”. (Dalai Lama). Espiritualidade na essência é amor; na prática, é serviço. A essência da compaixão é a capacidade de sentir as emoções do outro, sofrer pelo sofrimento do outro. O sofrimento é o grande mestre da compaixão. Se amamos, também servimos e somos condenados a amar .

                Em seu berço histórico, o amor foi embalado por adiamentos, renuncias, devaneios, esperanças no futuro. Ele nasceu na “Era dos Sentimentos”, do gosto pela introspecção, e por histórias sem fim de apostas, ganhas e perdidas. Hoje entramos na “Era das Sensações”, sem memória e sem história. Aprendemos a gozar com o fútil e o passageiro. Nada nos parece mais bizarro e tedioso do que
aventuras sem orgasmos e sofrimentos sem remédios à vista. Em suma, vivemos numa moral dupla: de um lado, a sedução das sensações; de outro, a saudade dos sentimentos. Queremos um amor imortal e com data de vencimento marcada, mas a emoção amorosa não nasceu pronta e acabada em algum lugar da mente e pode ser aperfeiçoada por outros sentimentos, razões e ações. Com muita fé no amor,

Dr. Waldeney Rolim.

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