INOVAÇÃO

12 JAN 2015
12 de Janeiro de 2015
O novo engodo: a magia da inovação.  Nos dias atuais crescem os apelos à inovação. Pode-se defini-la como “mais do que uma simples palavra. É atitude. É fazer acontecer”. Há muito se sabe que nenhuma inovação é maior do que a pessoa humana ou a sociedade em si.  A palavra mágica da inovação passaria a ser a panacéia de todo gestor como apelo maior das campanhas que se avizinham. Mas, como restaurar a credibilidade arranhada? Nas próximas  campanhas terão que ser  evidenciadas a integridade, a intenção, as capacidades, os resultados e a aglutinação das forças dispersas. Faz bem lembrar Peter Drucker: ”A mais importante inovação do século XX, não foram as tecnologias, mas a disciplina que as viabilizou: a gestão”. Há anos os gestores públicos e privados não se referem a futuros estratégicos, e só repetem o herdado status quo, inserindo o modelo obsoleto e a repetição das singularidades.  O ritmo de tudo torna-se muito lento e todo sistema político se putrefaz sem mudanças. Falar em inovação nesse ano é retórica oportunista e eleitoreira e soa como arrogância dos puros. Ou a tentativa de embalar pelo entusiasmo fácil, por palavras de efeito na  TV, comícios envolventes e discurso enfático e triunfalista. Vã persuasão! O voto do eleitor expressará a fome por resultados como vem externando desde as passeatas do ano pp. Ninguém consegue, apenas com palavras, sair de um problema no qual você se meteu por meios de atos e tem que sair dele também com atos. A palavra inovação tem um conceito de amplo espectro que limita muito o seu poder de magia eleitoral. A inovação não é esférica, nem de cristal. A repetição nunca causou diferença. O que faz a diferença (“ faire la difference”, Gilles Deleuze) é justamente o novo, a alternância de poder. E essa alternância de poder será relevada na difusão da capacidade de reconciliação dos eleitores com a disposição a inovar. Como adotar novos conceitos por qualquer dos gestores para continuarmos suportando o dilema dos conluios que nos abatem pelo malogro em desenvolver formas de cidadania que hospitaleiras à inovação? Como confiar em quem vive a incinerar os valores iluministas, a sepultar os processos de relacionamentos com os cidadãos derivando nas malogradas práticas de mau atendimento com múltiplos abalos na marca de governos. Com essa quebra de confiança, qual governante teria credibilidade com o cidadão e pedir-lhe o voto? A  palavra inovação até é  insultante. E o que dizer da habitual inovação adversa ao contratar onerosas obras de empreiteiros e assessores com opacos acordos e outros conluios de uma democracia senhorial? Não se pode tratar o futuro como continuidade do passado, senão todos virarão peça de museu. Ninguém perdoa os   prisioneiros do passado. Nossos sonhos são possíveis. Vive-se uma mudança de época. Atreva-se a mudar com uma grande mudança, um projeto denso e crível, da palavra hoje e da ação amanhã. O futuro é hoje. Dr. Waldeney Rolim. CREMEC: 1133
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